Todos os anos é um corre-corre Avenida acima e abaixo para "picar" a agenda musical destas duas noites consecutivas. Capitólio, Cinema São Jorge, Teatro Tivoli BBVA, Coliseu dos Recreios, Maxime, Casa do Alentejo, Palácio da Independência e Estação do Rossio são alguns dos espaços emblemáticos da cidade que simultaneamente acolhem concertos de mais de 50 artistas.
Na edição deste, de novo a organização tentou revelar alguns dos artistas emergentes mais interessantes da atualidade, dando também um lugar honra à música feita em Portugal. Slow J assinou no segundo dia, um dos momentos mais marcantes do Super Bock em Stock 2019, lotando e emocionando o Coliseu com o seu rap. Foi a consagração mais que merecida de um percurso artístico sólido e em crescendo.
No dia anterior, naquela mesma sala da Rua das Portas de Santo, subira ao palco outra, para sermos justos a principal, das atrações desta edição: Michael Kiwanuka. O músico negro regressou assim ao festival que o havia revelado há uns anos atrás, agora com um sucesso a nível planetário na bagagem. Nova enchente para admirar a sua voz e poesia doces.
Também a estética misteriosa do cowboy Orville Peck suscitou a curiosidade do público presenta na Casa do Alentejo. A estética romântica da sala, super elaborada e chique, combinou na perfeição com o visual deste músico que esconde a cara numa mascarilha mas que se expõe em canções que nos acertam diretamente no coração. E ali se comprovou já o culto nacional em torno da sua figura. No alinhamento sustentado no seu álbum de estreia "Pony" e em algunas versões de clássicos "iii-há", só faltou o hiper-dramático 'Hope to Die'. Sabemos, temos a certeza, que este rapaz norte-americano que passou parte da infância em Cascais (como revelou ao vivo), voltará a atuar entre nós.. Tem mesmo de ser.
Fotos: Nuno Andrade