As delícias do marketing

 

Já diz o ditado que “somos o que comemos”, mas o que poderíamos não saber é como são selecionadas as caraterísticas dos produtos que consumimos. A avaliação e análise sensorial de produtos alimentares tem como objetivo medir e interpretar as reações dos seres humanos com base nos cinco sentidos (visão, olfato, tato, paladar e audição). Assim, através de uma experiência feita nos laboratórios da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), os participantes puseram à prova os seus sentidos.


Segundo a professora da ESTG, Carla Barbosa, estes testes têm como objetivo principal “fazer um controlo da qualidade” e este é feito com recurso à “microbiologia, à química e à análise sensorial.” A análise sensorial, segundo Carla Barbosa, para além de servir para controlar a qualidade dos produtos “serve também para apoiar o desenvolvimento dos produtos.


Existem várias etapas para que esta técnica seja bem-sucedida, como, por exemplo, “perceber como funcionam os nossos sentidos”. Isto é algo que é apreendido logo em criança, contudo, na análise sensorial, os nossos sentidos têm de ser utilizados de uma forma mais controlada e organizada.


Nesta atividade, foi pedido aos participantes que provassem iogurte ácido, doce, amargo e salgado e que relatassem as várias sensações de boca. A maior parte dos estudantes respondeu que nunca tinha feito esta experiência, contudo Leonor Sá afirmou já ter participado numa “destas «campanhas» no supermercado, mas não foi com iogurtes, foi com leite”. De qualquer forma, a opinião foi unânime: todos gostaram da experiência.

 

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Ainda em sintonia com este tema, falou-se de como tornar um produto mais apelativo para atingir um maior público. Após uma troca de ideias engraçada com os participantes sobre “que sabores inovadores é que um iogurte poderia ter?” e onde as ideias foram desde iogurte de malagueta até iogurte de batata, a professora de ciências empresariais e gestão, Alexandra Borges explicou que para criar/inovar um produto é necessário ter presente a técnica SCAMPER (Substituir; Combinar; Adaptar; Modificar; Procurar outros usos; Eliminar e Reorganizar).

Exemplificando com uma marca bastante conhecida, os smarties: “utilizando a técnica de substituição, criou-se uma nova formulação de smarties, cujo aspeto exterior é exatamente o mesmo, mas, por dentro, em vez de termos chocolate, temos fruta”, conseguindo-se chegar a um novo produto. No que diz respeito ao conceito "combinar", fala-se de “materiais que não são assim tão óbvios” como smarties de marshmallow; "adaptar" refere-se à ideia de, por exemplo, dimensão do produto: “os smarties são pequeninos do tamanho de uma moeda de um cêntimo, o que é que poderíamos fazer aqui… fazer um smartie gigante.”; "modificar" tem que ver com a aparência, “modificar a cor, a forma, a textura, se calhar passar a ter smarties quadrados”; já quando se fala em "procurar outras utilizações" seria a criação de caixas colecionáveis da marca; por fim, o "eliminar" “tem que ver com caraterísticas do produto que nós não gostamos e por isso vamos simplesmente eliminar”.

 

No final desta apresentação, foi pedido aos participantes que criassem uma ideia nova, recorrendo a uma das caraterísticas da teoria.

 

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Em "pulgas" para ver o laboratório

 

À medida que os vinte e cinco participantes entram em contacto com as várias atividades ligadas à agricultura, como a geoinformática e a bioeconomia, vão percebendo que existe um mundo ainda por conhecer. A professora de parasitologia, Teresa Letra Mateus, falou um pouco sobre a saúde, afirmando que o conceito de saúde existe desde 1948 e foi criado pela Organização Mundial da Saúde “situação de perfeito bem-estar físico, mental e social da pessoa”.


Após estabelecer a definição base de saúde, conheceu-se um pouco os vários tipos de parasitas, mas o que é um parasita? Os parasitas são organismos que se aproveitam do organismo onde estão hospedados. Exemplo disso são as pulgas, as carraças, as ténias, entre outros. A sustentabilidade foi o tema principal desta sessão e Teresa Letra Mateus referiu que “só poderemos garantir a saúde se salvaguardarmos a saúde ambiental, saúde animal e saúde humana, porque se nós tivermos animais doentes eles vão transmitir doenças às pessoas e vão contaminar o ambiente e as pessoas doentes também vão transmitir doenças aos animais e vão contaminar o ambiente.” Deixou ainda a mensagem final de que “precisamos de preservar a biodiversidade”.

 

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O dia terminou com uma demonstração de como funciona o processo de inteligência circular. Neste processo, são utilizados drones, cuja maior vantagem, neste contexto, é a recolha de informação sobre a vinha. A informação recolhida vai permitir uma avaliação mais detalhada sobre o estado de saúde das vinhas (se estão saudáveis ou, pelo contrário, se estão infetadas). Para além disso, é ainda possível, através de um cálculo matemático, fazer uma estimativa relativamente ao nível de propagação de doenças entre as várias espécies de plantas. 

 

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O dia de amanhã será um dia tão rico quanto os outros, cheio de atividades entre as quais a visita à Escola Superior Ciências Empresariais.