Trinta anos depois da morte de Bruce Chatwin, a Quetzal Editores publica este extraordinário relato de viagem através dos caminhos mágicos dos antigos aborígenes da Austrália, em busca da beleza, da espiritualidade, do tempo e do sentido da vida. No coração da Austrália, 'Canto Nómada', de Bruce Chatwin, promove o encontro do leitor com a magia perdida. «Canto Nómada mistura ficção e não ficção, personagens reais e personagens com hábitos e papéis puramente inventados, diálogos meticulosamente registados nos seus moleskines e frases que deviam ser ditas por aquelas pessoas. Mistura também australianos brancos e australianos nativos. Maldade e bondade. Sonho e crueza. Beleza e fealdade», escreve Francisco José Viegas no prefácio a esta nova edição do livro.
O grande território da Austrália pré-colonial era um mapa povoado por aborígenes, nómadas e caçadores-recoletores. Os caminhos que eles percorriam, trilhos quase invisíveis e flutuantes, são hoje conhecidos como songlines, mas para os antigos habitantes significavam também um rasto da memória dos seus ancestrais que, como numa lenda sobre a criação do mundo, caminhavam sobre o desconhecido. É nesse mundo solitário e quase desabitado da Austrália que Chatwin coloca as suas personagens numa espécie de viagem filosófica, esmagadas pela paisagem, cruzando-se com caçadores de fortunas ou feiticeiros aborígenes, campónios desterrados, polícias que gostariam de ser escritores ou camionistas perdidos. Ao longo dessa viagem destemida, interrogamo-nos acerca do nosso destino, sugerindo que somos uma espécie de nómadas desenhando caminhos sobre a terra.
Bruce Chatwin (1940-1989) é um dos mais aclamados escritores de literatura de viagens de sempre. Foi jornalista do Sunday Times Magazine durante vários anos, e a carta de demissão que mandou ao seu superior ficou célebre – nela lia-se simplesmente: «Fui para a Patagónia.» O seu livro mais conhecido é, justamente, 'Na Patagónia', um clássico da literatura contemporânea, relato de viagem e retrato da solidão dos grandes territórios do sul do mundo. Os seus livros, entre os quais 'O Vice-Rei de Ajudá', 'O Que Faço Eu Aqui?', ou 'Regresso à Patagónia' (com Paul Theroux), foram publicados pela Quetzal.
Breviário Mediterrânico (Predrag Matvejevitch), Grande Bazar Ferroviário (Paul Theroux), Banhos de Caldas e Águas Minerais (Ramalho Ortigã) e Yoga para Pessoas que não estão para fazer Yoga (Geoff Dyer) são os outros títulos desta coleção.