A 12.ª edição da Academia Leiria-In começou ontem, 30 de junho, com a chegada dos 20 estudantes vindos de todo o país. Ao longo dos próximos cinco dias, a premissa é simples: conhecer exemplos de tecnologia aplicada à indústria na região de Leiria, ficando também a saber mais sobre cursos, profissões e o ensino superior. A Leiria-In é promovida em parceria com o Politécnico de Leiria.
Os primeiros momentos
Em 2025, os participantes da Leiria-In vão ficar reunidos nas Caldas da Rainha e fazer da Escola Superior de Artes e Design (ESAD.CR) a sua casa. Foi lá que os primeiros momentos de interação aconteceram, com algumas dinâmicas que permitiram estimular a partilha. Depois de jantar, ainda no campus da ESAD.CR, o dia terminou com um concerto da Tomalátuna – a tuna mista criada nas Caldas da Rainha em 2017.
Por dentro das empresas
Durante a manhã de hoje, os participantes da Leiria-In puderam visitar quatro empresas da região de Leiria – Tecnimoplas, TJ Moldes, Aníbal H. Abrantes e SOCEM e conhecer melhor as tecnologias envolvidas na indústria dos moldes e plásticos. A gestora de sistemas da TJ Moldes, Dulce Santos, destacou que, com esta visita, o objetivo passou por “mostrar o que é trabalhar na indústria não é, hoje, apenas trabalho manual ou ‘duro’”, ao envolver tecnologia de ponta. “Quisemos ainda mostrar como várias áreas do saber que estão a estudar se encontram aqui”, acrescentou.
A indústria de Leiria em números
A Leiria-In tem como objetivo dar a conhecer a indústria da região de Leiria e “a sua importância para a economia e para o desenvolvimento de Portugal”, bem como “despertar vocações para as profissões”, destaca o Politécnico de Leiria. Hoje, no acolhimento aos participantes realizado na Associação Empresarial da Região de Leiria – NERLEI, foram destacados alguns números que ilustram esta relevância: as empresas da região de Leiria exportam anualmente quase 2 mil milhões de euros, o que equivale a 3% do total das exportações nacionais.
TESTEMUNHO
«Fiquei com uma nova perspetiva sobre os objetos que vejo no dia a dia»
“Não sabia que a indústria dos moldes era tão complexa. Achei uma visita interessante, sobretudo conhecer toda a quantidade de trabalho envolvida na criação de um só molde, mesmo que pequeno. De certa forma, fiquei com uma nova perspetiva sobre os objetos que vejo no dia-a-dia, ao ter visto o trabalho que está por trás de cada um deles. Se a semana continuar a ser assim, acho que vai ser muito bom”.
Miguel Carvalho, 17 anos, estudante da Escola Secundária Pedro Nunes, Oeiras
Uma viagem pela história do vidro
De visita ao centro da Marinha Grande, os participantes da Leiria-In conheceram depois o Museu do Vidro. A coordenadora deste espaço museológico, Tânia Martinho, partilhou detalhes sobre a história da produção de vidro na região e no país, destacando a oportunidade de explorar duas exposições – a temporária (dedicada à história da empresa Santos Barosa) e a permanente (que aborda a história de produção de vidro em Portugal). Foi ainda possível conhecer a arte de moldar o vidro, com a explicação de dois artesãos.
Inclusão e desporto num espaço verde
As atividades de hoje terminaram com alguns jogos realizados no Jardim Almoínha Grande, em Leiria. O docente da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais, Miguel Jacinto, explicou que estas são dinâmicas habitualmente realizadas com jovens e crianças no âmbito do projeto da ESECS “Jogamos tudo, brincamos todos”. “A ideia é levar os estudantes a experimentar modalidades que foram criadas para pessoas com deficiência, numa lógica de inclusão inversa”, detalhou, antes de acrescentar: “Isto para que possam estar mais despertos para o Outro”.