Mais um dia no campus do Politécnico de Santarém, mais uma série de atividades que estimulam a racionalidade e a imaginação. Foi no Centro de Recursos da ESES que o programa foi apresentado aos participantes pela professora Teresa Cavalheiro. De seguida, juntou-se ao espaço a Diretora da Escola, Susana Colaço, que reforçou o facto de se tratar de um programa ambicioso, que daria a conhecer as instalações da ESES e aquilo que por lá se faz. O seu discurso foi marcado pelo enaltecimento da Educação enquanto área multidisciplinar: “A educação é o futuro. E se nós queremos mudar a nossa sociedade e o nosso mundo, temos de começar pelos mais novos. É a arma mais poderosa que nós temos para atuar na sociedade, no mundo, e para os mudar.” Acredita que essa mudança de paradigma se prende pela intervenção dos mais novos e, por isso, a ESES assegura infraestruturas que fornecem aos estudantes uma rede de apoio, mesmo no caso de situações socioeconómicas complicadas. A docente acrescentou ainda que os professores da instituição procuram ser inovadores do ponto de vista pedagógico e, por fim, deixou o desejo de um dia muito divertido, naquelas que são as “salas de aula do futuro”.
O grupo foi dividido em dois e seguiram-se o circuito ecológico e as atividades de robótica nos Creative Labs. No caso do percurso interpretativo, a professora responsável, Elizabete Linhares, começou por pedir aos participantes que, no seu entendimento, explicassem a relação entre conhecer, preservar e valorizar. Depois, contextualizou-a na lógica de uma perspetiva ambiental: “Se não tivermos conhecimento sobre aquilo que vamos estudar, explorar, ou sobre aquilo que nos envolve, não vamos sentir a necessidade de o proteger; e se não o protegermos, não o estamos a valorizar.” Em grupos de cinco elementos, os alunos foram desafiados a encontrar na envolvência um exemplo de sustentabilidade na natureza. Por entre o solo, água e bancos feitos com troncos de árvores, discutiram-se ideias sobre desenvolvimento sustentável e problemáticas ambientais – as respetivas consequências e a interligação com o comportamento humano. Segundo a docente, a chave é "envolver os alunos em problemáticas com as quais se identifiquem, para que depois possam desenvolver um plano de intervenção que as solucione. Temos o conhecimento, temos a consciência, mas falta a ação”. O resto da atividade incidiu na análise da qualidade do ar, através da identificação dos bioindicadores líquenes – as suas presença, quantidade e distribuição fornecem indicações sobre a importância de impactos ambientais, tendo em conta que existe uma correlação entre a diversidade destes organismos e a concentração de contaminantes.
Em paralelo, decorreram duas atividades dedicadas à robótica nos Creative Labs do edifício. As professoras Maria Clara Martins e Marisa Correia criaram quatro dinâmicas alusivas à programação por blocos e à linguagem Scratch, no âmbito do trabalho interdisciplinar que a Escola desenvolve. Os jovens definiram linhas de código para os robôs executarem, como forma de desenvolvimento do pensamento computacional. Guiaram-se robôs por labirintos, desenharam-se mapas de cores que os obrigavam a seguir determinado caminho e ainda houve corridas entre eles – a professora Susana tinha razão: o dia estaria a ser divertido.
Depois de almoço, chegou a altura da apresentação da oferta formativa da ESES e da visita-guiada a esta Escola. Desde um escape room em desenvolvimento – que simulava as várias fases de uma entrevista de emprego – ao laboratório de vídeo: o terceiro dia desta Academia IPSantarém 360º não podia estar mais recheado de novas experiências.
A próxima paragem foi a sala de desenho. Com a ajuda da professora de artes Teresa Cavalheiro, os alunos imergiram no submundo do desenho criativo e, tendo por base rabiscos e as sombras de um retroprojetor, improvisaram verdadeiras obras de arte. Teresa considera que “a formação artística é fundamental, até para o desenvolvimento da criatividade” e confessa que a sua "grande batalha” é evidenciar a importância das expressões artísticas, uma vez que se trata de uma área “adormecida” em termos de ensino. Afirma ainda que apesar da notável interdisciplinaridade característica da ESES, a alteração de estatuto da arte na sociedade terá de partir de uma mudança de paradigma da cultura em geral.
Após um lanche no qual se reviram as imagens captadas no laboratório de vídeo, foi hora de reunir com as psicólogas Patrícia Januário e Paula Oliveira para um desafio: responder às perguntas impostas por dois casos de estudo relacionados com impasses na vida académica de dois estudantes.
Depois de um dia destes, terminar com um momento de partilha que unisse o grupo tratar-se-ia da cereja no topo do bolo. Com o nome informal IPSantarém Talent, a noite terminou com a demonstração de talento dos participantes. Bailarinos, cantores e comediantes: houve de tudo um pouco. Será que alguns já encontraram o seu futuro caminho profissional? É esperar pelo fim desta Academia para descobrir!