Ainda te lembras, amor, como tudo começou? Se te esqueceste, eu não. Para os mais distraídos, citamos José Malhoa, colocando os acordes do “Baile de Verão”na vossa cabeça durante as próximas 72 horas. Sabemos que há beija-beija atrás da igreja, num bailarico de verão. Sabemos que houve o auxílio de um sacerdote e que a lua, vá-se lá saber porquê, estava a sorrir. O que não sabemos é a história que une aquelas duas pessoas. Mas suspeitamos de quatro hipóteses.

#1 Paixoneta

Um clássico dos amores de verão, a paixoneta caracteriza-se por um paradoxo. É tendencialmente intensa, sobretudo na altura em que é confirmada (alguém que passa um protetor solar e sorri de forma indiscritível). Contudo, é olhada com alguma desconfiança pelo próprio apaixonado, como quem diz, isto é só uma paixoneta. No fundo, é como entrar num comboio de longa-distância, quando sabemos que estamos a duas estações do destino. A maioria das vezes, contudo, decidimos aproveitar a boleia.

 

#2 Assolapada

A paixão de verão assolapada é, decididamente, a mais perigosa da lista. Os seus efeitos podem influenciar apetite, humor e até, imaginem, a quantidade de frases inspiradoras publicadas numa qualquer rede social (obrigado, Citador). Caracterizada por um estado obsessivo, a paixão assolapada está destinada a um final tão intenso como o seu início, podendo deixar marca. O verão poderá ser inesquecível, com a paixão a poder mesmo sobreviver ao arrefecimento do outono. Mas poderá também ser traumatizante, sobretudo à medida que nos aproximamos do terreno da friendzone.

 

#3 Só Que Não

Lembram-se, caros leitores, do momento em que perceberam que o sentiam por outra pessoa “era para a vida toda”? E de, passados dois dias, perceberem que não suportam mais a sua companhia? Muito bem, nesse caso, foram vítimas de uma paixão de verão bipolar, ou seja, um momento de encantamento que, ainda que o pareça, não era sustentado. Destaque ainda para a variante “bipolar” com ciclos consecutivos de paixão e ódio, qual malmequer emocional.

 

#4 ?

Colocar o mundo em caixas não costuma ser um exercício particularmente eficaz. Sentir uma paixão de verão é muito mais do que três ou quatro categorias e meia dúzia de palavras gastas. Na maioria das vezes, não sabemos definir sequer o que sentimos. Sabemos apenas duas coisas. Por um lado, que é bom. Por outro, que pode ainda ser melhor. Duas frases que nos levam a dizer aquela que poderá ser a única verdade desta lista: Sempre que sentires a primeira, foca-te na segunda.

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