#1 Número de alunos inscritos no ensino diminuiu
O número de alunos inscritos tem vindo a diminuir na última década, acompanhando a tendência demográfica que se traduz em menos nascimentos e, consequentemente, no envelhecimento da população.
Em comparação com o ano letivo de 2011/2012, atualmente a população discente é de menos 11,7%. Em 2011/2012, 2.248.820 alunos, incluindo crianças, jovens e adultos, frequentavam o sistema educativo. Já em 2020/2021, o número desceu para 1.987.674.
Ainda assim, os dados revelam o crescimento do número de alunos que frequentam o ensino superior. Em 2011, estavam matriculados nas universidades portuguesas 397.337 jovens, já no ano letivo de 2020/2021 o número subiu para 411.995.
#2 Taxa de desistência no secundário a mais baixa da década
Embora o número de alunos matriculados nos cursos cientifico-humanísticos tenha aumentado, o número de alunos matriculados no ensino secundário diminuiu, apresentando “uma tendência decrescente desde 2013/2014, atingindo o valor mínimo de 350 010 alunos em 2020/2021, dos quais 25 234 eram estrangeiros, de 151 nacionalidades", revela o relatório do CNE.
A taxa de escolarização no ensino secundário (85,9%) atingiu o valor mais alto desde há 15 anos e a taxa de conclusão do ensino secundário manteve-se com uma tendência crescente (87,1%). “A taxa de retenção e desistência no ensino secundário atingiu o valor mais baixo desde 2011/2012, fixando-se nos 8,3%”, acrescenta a mesma fonte.
Em 2011, estavam matriculados nas instituições de ensino superior portuguesas 397.337 jovens. Em 2020/2021 esse número subiu para os 411.995 inscritos.
#3 26 mil alunos sem aulas por falta de professores
No ano letivo passado, 26.742 alunos ficaram sem aulas por falta de professores. Entre as justificações apresentadas estão as situações de doença, o aumento do número de turmas e a aposentação ou licença de maternidade/paternidade. Segundo o relatório, a substituição por doença abrange cerca de 80 por cento dos casos.
O Conselho Nacional da Educação conclui ainda que as substituições são dificultadas pelo custo de vida das regiões onde estão situadas as escolas, bem como o custo das viagens quando a casa fique a quilómetros de distância. De acordo com o relatório, os baixos salários impedem os docentes de aceitarem vagas onde as rendas são elevadas.
Segundo o estudo, as escolas mais afetadas são as da Área Metropolitana de Lisboa, seguida do Algarve e da região Metropolitana do Porto.
#4 Jovens não querem ser professores
Cada vez menos os jovens têm interesse em seguir profissionalmente a área educação. Os números dão conta de um decréscimo nos últimos anos. O CNE alerta para o facto de o número de diplomados nesses cursos não ser suficiente para suprir necessidades futuras.
Embora existissem 840 vagas para o curso de educação básica, “apenas foram colocados 788 estudantes, em 2021, o que denota a pouca atratividade pelos cursos de acesso à carreira docente".
O Conselho Nacional da Educação alerta também para o reduzido número de diplomados em cursos “de Ensino de Física e Química no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário, de Ensino de Economia e de Contabilidade e de Ensino de Filosofia no Ensino Secundário”.
#5 Classe docente mais envelhecida
Os dados mostram que 22% dos docentes das escolas públicas, em Portugal continental, têm 60 anos ou mais, o que corresponde a um total de 27.509, o que significa que, nos próximos seis ou sete anos, “estes docentes poderão sair do sistema educativo, por motivo de aposentação”.
#6 Há um psicólogo para cada 744 alunos
O estudo revela que as escolas têm falta de psicólogos, embora o CNE destaque que há “uma redução progressiva do número médio de alunos por horário de psicólogo equivalente a tempo integral, nos últimos quatro anos", em Portugal Continental.
Se, no ano letivo 2020/2021, o rácio de alunos por psicólogo era de 744, em 2016/2017 o rácio correspondia a 1.097 alunos para cada psicólogo no ensino público em Portugal Continental.
Os números continuam acima do valor máximo definido por algumas organizações internacionais que garantem que “o rácio não deverá ultrapassar os 500 a 700 alunos por psicólogo”.
#7 Despesa do Estado
A despesa do Estado em Educação em 2021 foi de mais de 10 milhões de euros. Foram gastos mais quase 700 milhões de euros do que em 2020, o que configura um acréscimo de 7,5% face ao ano anterior e de 20,4% relativamente ao início da década em análise.