A partir de junho, todas as estudantes da Nova Zelândia vão armazenar produtos menstruais gratuitos para as estudantes. O anúncio foi feito pela primeira-ministra neozelandeza, Jacinda Ardern, que explicou que a medida pretende responder às necessidades de estudantes que faltam às aulas por falta de dinheiro para comprar produtos menstruais.
De acordo com um inquérito da organização Youth19, na Nova Zelândia, uma em cada 12 estudantes afirma ter faltado às aulas por não conseguir pagar produtos de higiene menstrual. Alguns diretores de escolas do país chamaram à atenção para o facto de algumas estudantes serem obrigadas a recorrer a papel higiénico, folhas de jornal ou de listas telefónicas. Esta falta de meios é designada por period poverty [pobreza menstrual], sendo que ativistas em vários países procuram chamar à atenção para estas dificuldades, como é o caso de Amika George, no Reino Unido.
"As jovens não devem perder acesso à Educação por causa de algo que é uma parte normal da vida de metade da população", disse Jacinda Ardern, na altura do anúncio desta nova medida cujo projeto piloto já se realizou em algumas escolas, durante o último ano, que envolveu 15 escolas e 3200 estudantes. "Fornecer produtos menstuais gratuitos na Escola é uma das forams como o Governo pode combater diretamente a pobreza e aumentar a frequência escolar", reforçou.
O ministério da Educação neozelandês vai agora recolher as manifestações de interesse de todas as escolas nacionais, durante o mês de março, sendo que as entregas de material devem começar em junho. A medida deverá representar um investimento de 18 milhões de dólares, cerca de 15 milhões de euros, até 2024.