Os vencedores do Concurso para Jovens Cientistas e Investigadores, organizada pela Fundação da Juventude, em parceria com a Ciência Viva, foram conhecidos hoje numa cerimónia que, pela primeira vez, se realizou em formato online. O evento decorreu durante a Mostra Nacional de Ciência, sendo revelados os projetos de 129 jovens cientistas coordenados por 40 professores participantes neste concurso (lista disponível aqui).
Depois de analisados pelo júri, foi declarado como projeto vencedor do primeiro prémio da 28.ª edição do Concurso para Jovens Cientistas e Investigadores o Projeto “ATMOS”, da autoria de Klára Sofia Varga, Sara Ribeiro Couto e João Carlos Pereira Carvalho. O projeto foi orientado por Rita Rocha, professora no Colégio Luso-Francês, Porto. O prémio tem um valor monetário de 1250€.
O projeto parte da premissa de que anualmente, em Portugal, morrem prematuramente 6630 pessoas devido à poluição do ar, principalmente causada pelo tráfego automóvel. Nesse sentido, "ATMOS" visa quantificar a retenção de partículas por paredes verdes arbóreas e desenvolver uma nova metodologia para calcular a retenção de partículas, bem como avaliar o valor económico do serviço prestado ao ecossistema por esta solução.
O projeto "SandSpace", desenvolvido por um grupo de estudantes do Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite, em São João da Madeira, venceu o segundo prémio. Através de um sistema de georreferenciação, "SandSpace" identifica a ocupaão de 680 praias oceânicas e fluviais de Portugal.
"Desenvolvimento de um Sistema Integrado de Deteção e Alerta de Radiações Ionizantes", realizado por estudantes da Escola Secundária Dona Maria II, em Braga, conquistou o terceiro prémio. Outro projeto da mesma escola venceu o quarto prémio: “Comparação de Métodos de Análise de Ondas Gravitacionais - LIGO vs. ROOT”.
Por fim, o quinto prémio foi entregue ao projeto "Radio Watching", realizado por um conjunto de estudantes do Agrupamento de Escolas Clara de Resende, no Porto, que tem como objetivo desenvolver um modelo de interação de radiofrequências com o plasma gerado em incêndios florestais, de modo a estipular as bases de atuação de um sistema de deteção precoce.
SandSpace. Estudantes criam app que analisa a lotação de praias
Aplicação "SandSpace" foi desenvolvida por estudantes da Escola Secundária Serafim Leite, em São João da Madeira, e analisa a ocupação do areal de 580 praias. Demorou apenas quatro dias o desenvolvimento da aplicação "SandSpace". A aplicação criada por quatro estudantes da Escola Secundária Serafim Leite tem como o objetivo "facilitar as decisões do utilizador", indicando os níveis de ocupação do areal.
Alguns destes projetos terão agora oportunidade de participar, durante o próximo ano, em competições internacionais como a Virtual Expo-Sciences LUXEMBOURG 2021, a Semana Internacional de Investigação sobre a Vida Selvagem ou no Regeneron ISEF Virtual 2021. Já o "ATMOS", vencedor do primeiro prémio, vai poder participar no EUCYS 2021, em Salamanca.
Dois dias dedicados à Ciência
O presidente da Fundação da Juventude, Francisco Maria Balsemão, destaca a qualidade dos projetos a concurso e reforça que “os jovens cientistas ao representarem Portugal em concursos internacionais da área da ciência estão não só a levar o nome da Fundação além fronteiras como a colocar no mapa da ciência, da produção de investigação e inovação cientifica o nome do nosso país”.
Já a presidente executiva da Fundação da Juventude, Carla Mouro, destaca que estes projetos, para além se distinguirem pela sua qualidade elevada, traduzem os “ideias de cooperação e intercâmbio nacional e internacional” destes dois dias de Mostra Nacional de Ciência, que pela primeira vez se realizou online. "Foram dois dias onde a Ciência esteve em destaque e onde foi possível discutir temas como a propriedade intelectual, patentes, plágio na era Digital ou a Educação e o ensino em tempo de Covid", acrescentou.
A 14.ª Mostra Nacional de Ciência Virtual é uma iniciativa da Fundação da Juventude em parceria com a Ciência Viva e tem como parceiro oficial o Município do Porto, tendo como como mecenas a JBFernandes e conta com o apoio do IPDJ, Fundação Calouste Gulbenkian, FLAD, Porto Editora, Bial e Lipor.