O relatório recentemente apresentado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) “Estado da Educação em Portugal 2018” mostra que 86% dos diplomados do Ensino Superior estão empregados. O resultado situa-se acima da meta europeia. Contudo, conforme destacou o CEO da Forum Estudante, Rui Marques, na abertura da apresentação pública da mais recente publicação do Consórcio Maior Empregabilidade (CME), os bons resultados não significam que não se devam procurar novos passos a dar na promoção da empregabilidade: “É importante trabalhar em contraciclo, de forma a que resposta seja mais eficaz, no futuro”, realçou.

A publicação hoje apresentada no Teatro Thalia, em Lisboa, diz precisamente respeito às boas práticas na promoção de empregabilidade dos diplomados do Ensino Superior. Os dois anos de trabalho colaborativo entre instituições de ensino superior (IES), coordenado pela Forum Estudante, no âmbito do Consórcio Maior Empregabilidade, foram condensados na publicação hoje apresentada publicamente que reúne cerca de 70 medidas concretas e recomendações: o Livro Verde Sobre Promoção da Empregabilidade dos Diplomados do Ensino Superior.

 



Dar novos passos

O trabalho corporiza aquela que é a missão do Consórcio Maior Empregabilidade – a rede constituída por instituições de ensino superior e parceiros que, desde 2013, tem como objetivo promover a partilha de boas práticas nacionais e internacionais entre os diversos gabinetes de promoção de empregabilidade, procurando promover a empregabilidade dos jovens diplomados de forma mais eficaz.

O mesmo objetivo guiou a apresentação pública de hoje. Dirigindo-se aos representantes de entidades das esferas do Ensino Superior e do Emprego em Portugal presentes na apresentação, Rui Marques deixou o desejo que este trabalho possa fazer a diferença no futuro destas instituições: “Espero que este trabalho seja útil, oportuno e constitua uma oportunidade para dar novos passos na promoção da empregabilidade”.


Como promover a empregabilidade dos diplomados do Ensino Superior?O Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, destacou a importância deste trabalho "para o Governo e para o País".

Presente na sessão, o Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Sobrinho Teixeira, destacou “a importância deste trabalho de reflexão para o Governo e para o País”. Lembrando o contrato de legislatura recentemente assinado entre executivo e IES, o secretário de estado considerou que “esta [publicação] é já uma resposta das próprias instituições, face às suas obrigações”, destacando ainda o seu impacto em dimensões como a promoção da Aprendizagem ao Longo da Vida.


Como promover o Emprego

A publicação hoje apresentada divide-se em quatro capítulos, centrados em diferentes dimensões ligadas à empregabilidade no Ensino Superior – para além da importância das medidas de promoção de emprego na estratégia da instituição, o livro foca detalhes ligados ao acompanhamento e orientação do percurso profissional dos estudantes e diplomados, ao perfil e capacitação dos profissionais que trabalham estas matérias e à criação de parcerias estratégicas neste domínio.

A comissão redatorial foi composta por Ana Sofia Rodrigues (Instituto Politécnico de Viana do Castelo), Madalena Alarcão (Universidade de Coimbra), Paula Pequito (Escola Superior de Educação Paula Frassinetti) e Cristina Carita (SGO). Durante a sessão de apresentação de hoje, as autoras apresentaram uma síntese das principais conclusões, em cada um destes domínios.


Como promover a empregabilidade dos diplomados do Ensino Superior?

As primeiras medidas apresentadas ligaram-se à importância da implementação de medidas de promoção de emprego nas instituições de ensino superior. Neste capítulo, Ana Sofia Rodrigues destacou a necessidade de aumentar a profissionalização destas estruturas de apoio à promoção de empregabilidade e de reforçar os mecanismos de monitorização das taxas de emprego (bem como da qualidade de emprego e da trajetória profissional dos diplomados).

Por outro lado, foi ainda destacada a importância de garantir o acesso a dados macro fiáveis e consolidados e da implementação de uma estratégia de comunicação interna e integrada sobre o tema, garantindo uma maior interligação dos gabinetes de empregabilidade com outras estruturas da instituição (como os gabinetes de Comunicação, Relações Internacionais ou Mobilidade).


Como promover a empregabilidade dos diplomados do Ensino Superior?


O peso do Livro Verde

A sessão terminou com o painel composto pelo Vice-Presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), Paulo Feliciano, pelo Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portugueses (CRUP), António Fontainhas Fernandes, pelo Presidente da Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado (APESP), João José Redondo e pelo presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superior Politécnicos (CCISP), Pedro Dominguinhos.

“São necessários estudos como este para preparar as IES para o século XXI”, realçou o presidente do CRUP, António Fontainhas Fernandes, destacando a importância do reforço das autonomias das instituições. Já o Vice-Presidente do IEFP, Paulo Feliciano, sublinhou o facto deste trabalho ter “surgido a partir do trabalho da sociedade civil” e salientou, por exemplo, a importância do aprofundamento do conhecimento da realidade através do estudo e análise estatístico. "Espero que o Consórcio Maior Empregabilidade se possa assumir como uma dinamizador na implementação destas estratégias", reforçou. 

 



Para saber mais sobre o Consórcio Maior Empregabilidade visita: 
http://maiorempregabilidade.forum.pt/ 


 

Para João José Redondo, há a necessidade de foco no trabalho interno das instituições, numa lógica de criação de uma cultura de promoção de empregabilidade junto das estruturas e currículos. No caso específico das instituições de Ensino Superior Privado, afirmou, o conjunto de recomendações hoje apresentado "fará  parte das guidelines das instituições, pelo trabalho e capacidade de síntese demonstrada". 

"Este livro não é baseado num conjunto de ideias, é baseado num conjunto de práticas", começou por destacar Pedro Dominguinhos, aludindo à possibilidade real de implementação das recomendações apresentadas. Um processo que, para o Presidente do CCISP, poderá valorizar-se com a inclusão dos alumni das instituições, por exemplo. O trabalho hoje apresentado, concluiu, "é uma resposta a questões que as Instituições de Ensino Superior têm levantado".