Sabias que Portugal integra uma das 25 regiões, a nível mundial, onde a conservação do património natural é essencial para preservar a biodiversidade do planeta? É verdade.

Estejas onde estiveres, no Ano Intercional da Biodiversidade, fica aqui uma lista (incompleta) das maravilhas naturais do nosso país:

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Aveiro
Sabias que a zona Costeira de Aveiro possui um dos ecossistemas dunares litorais mais complexos e bem preservados do país? As dunas são formações bastante frágeis e com elevados níveis de biodiversidade. A Reserva Natural das Dunas de São Jacinto foi criada para proteger o sistema dunar que engloba vários tipos de dunas, albergando comunidades únicas e distintas de plantas.

beja

Beja
Sabias que as extensas planícies cerealíficas do Sul albergam importantes populações de aves estepárias? Estas aves, estritamente associadas a meios agrícolas, são dos grupos de aves mais ameaçados da Europa.
Em Castro Verde, a gestão praticada pelos agricultores locais tem sido compatível com a conservação destas espécies. Devido a esta gestão, a região tem um valor excepcional para a conservação das aves estepárias.

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Braga
Sabias que o Parque Nacional da Peneda Gerês é o único local em Portugal onde é possível encontrar a cabra montês ibérica Capra pyrenaica? Extinta há mais de um século no nosso país, esta espécie foi reintroduzida em 1998, existindo presentemente cerca de 300 exemplares. Esta reintrodução tem grande importância ao contribuir para a recuperação da biodiversidade do Parque e para a preservação de dois predadores da cabra montês: lobo e águia-real.
Actualmente a evolução das populações da espécie é acompanhada por técnicos do parque ao longo do ano.

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Bragança
Sabias que o Rio Sabor, com os seus vales encaixados e escarpados, tem um papel vital como corredor ecológico em Trás-os-Montes e mantém um dos mais extensos e bem preservados ecossistemas ribeirinho do país?
No vale do Sabor está presente uma notável diversidade de 17 habitats, alguns dos quais prioritários em termos de conservação. A região constitui uma área de características florística únicas no contexto nacional. A sua importância florística e faunística levou a que a região fosse classificada como o Sítio de Interesse Comunitário da Rede Natura 200 e incluída numa Zona de Protecção Especial (ZPE).

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Castelo Branco
Sabias que o Parque Natural do Tejo Internacional tem uma elevada importância para a nidificação de aves ameaçadas coo a cegonha-preta, o bufo-real, o grifo, a águia-real e o abutre-do-egipto?
É também um dos poucos locai de Portugal onde se reproduz o chasco-preto e a águia-imperial, sendo presentemente o único local do país onde nidificam o abutre-preto e a ganga. Os barrancos escarpas, a existência de importantes cursos de água e o tipo de vegetação, aliados à prática de uma agricultura e pecuária de carácter extensivo a uma região propícia para uma grande diversidade de aves, entre as quais algumas das mais ameaçadas em Portugal e na Europa.

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Coimbra
Sabias que o vale do baixo Mondego foi, outrora, uma imensa zona húmida que durante séculos permitiu a presença de uma fauna e flora muito variadas na região?
Actualmente este corredor biológico desapareceu, mantendo-se ainda presentes os Pauis da Madriz, Arzila e Taipal. Estes pauis assumem uma grande importância ecológica, em particular no que se refere às comunidades de avifauna, que os utilizam durante o ano como locais de abrigo, alimentação e de nidificação.

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Évora
sabias que a rolha de cortiça tem garantido a sobrevivência e sustentabilidade de um dos ecossistemas mediterrânicos mais importantes do nosso país, desde há 3000 anos?
Para além da importância socio-económica do montado português, que representa 50% da produção de cortiça a nível mundial, este ecossistema tem também uma importância excepcional a nível ecológico. Só em termos de avifauna, existem nos montados mais de 120 espécies, algumas com estatuto de 'vulnerável' ou 'ameaçada em extinção', como a águia de Bonneli, a águia-imperial ou a cegonha-preta. Também o lince-ibérico existiu nos sobreirais e montados portugueses.

faro

Faro
Sabias que, entre um mergulho refrescante e um passeio à beira-mar nas férias, podes observar muita biodiversidade? Mais de 70% da costa portuguesa é ocupada por zonas de praia arenosa, onde é possível encontrar muitas espécies, tais como amêijoas e cadelinhas (bivalves que se enterram para evitarem a dissecação), pulgas de areia e conchas. Por seu lado, nas zonas rochosas encontram-se lapas e mexilhões fixos à rocha. Nas zonas entre marés são visíveis algas, esponjas, poliquetas, mexilhões, gastrópodes, camarões, anémonas, ouriços e estrela-do-mar, caranguejos, peixes e até mesmo chocos ou polvos.

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Guarda
Sabias que a Serra da Estrela tem uma vegetação única, caracterizada por várias espécies relíquia que sobreviveram às glaciações? É o caso da rara planta aquática Sparganium angustifolium, que em Portugal ocorre somente nas lagoas e charcos glaciares das zonas mais elevadas da Serra da Estrela.
A Serra, pela sua altitude e características climatológicas e geológicas, tem também presente um grande número de espécies endémicas e é um dos únicos locais do país onde é possível encontrar espécies vegetais adaptadas à neve e ao gelo.

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Leiria
Sabias que no Arquipélago das Berlengas é possível encontrar 3 espécies que não ocorrem em mais nenhum outri local do planeta?
As plantas Armenia berlengensis, Herniaria berlengiana e a Pulicara microcephal são, por isso, designadas de endemismos, apresentando características marcadaente diferentes das espécies que lhe são mais próximas no continente. O isolamento geográfico, a que as ilhas estão sujeitas é o principal responsável pelo fenómeno de especiação, que leva gradualmente ao aparecimento de espécies unicamente insulares. A peculiaridade das Berlengas e das espécies que aí habitam leva a que muitos trabalhos de investigação e projectos de conservação sejam aí conduzidos todos os anos.

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Lisboa
Sabias que é possível observar flamingos às portas de Lisboa? O estuário do Tejo é o maior da Europa ocidental, com cerca de 34 mil hectares, e uma das zonas húmidas mais importantes da Europa, um santuário para peixes, moluscos, crustáceos e, sobretudo, para aves que aqui param durante a migração entre o Norte da Europa e África.
Lisboa é a única capital europeia a possuir tão perto uma reserva natural desta importância. Esta proximidade influencia a biodiversidade da própria cidade, onde por vezes é possível observar diferentes aves aquáticas a alimentarem-se à beira-rio, como é o caso do corvo-marinho, do alfaiate e da rola-do-mar.

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Portalegre
Sabias que na Serra de São Mamede existe um número excepcionalmente elevado de répteis e anfíbios? Nesta serra convivem as espécies do Sul do País com representantes da herpetofauna das regiões do Norte, que atingem aqui o seu limite sul de distribuição geográfica. Esta riqueza específica está relacionada com o seu relevo montanhoso, que se ergue a 1025 m de altitude e se destaca na planície alentejana. Devido ao seu relevo, a serra apresenta um conjunto de características geológicas e climáticas particulares que influenciam significativamente a sua flora e fauna.
Há a assinalar a presença de 14 das 17 espécies de anfíbios e 21 das 28 espécies de répteis presentes em Portugal, e de numerosos endemismos ibéricos, como o tritão-de-ventre-laranja, o lagarto-de-água, o sapo-parteiro-comum e a rã ibérica.

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Porto
Sabias que nos espaços verdes do Porto é possível encontrar árvores centenárias de todo o mundo? Ou que as ruas, jardins e parques da cidade são a casa de animais tão surpreendentes como libélulas, salamandras, tritões e morcegos? As cidades possuem uma biodiversidade própria, tendo um papel fundamental na preservação de espécies de elevado valor ecológico. É assim essencial conhecermos as outras espécies que partilham as cidades connosco, de modo a podermos respeitar, valorizar e preservar os ecossistemas urbanos que nos rodeiam.

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Santarém
Sabias que nas Serras de Aires e Candeeiros estão presentes 20 das 24 espécies existentes em Portugal? Estas serras integram-se no Maciço Calcário Estremenho, que contém uma grande quantidade de grutas e algares que servem de abrigo às muitas espécies de morcegos cavernícolas. Uma grande parte dessas espécies de morcegos está classificada como 'em perigo de extinção', pelo que estes abrigos subterrâneos existentes nas Serras de Aires e Candeeiros são de vital importância para a sua conservação. Não é de estranhar que o símbolo do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros seja um morcego...

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Setúbal
Sabias que o Parque Marinho Luiz Saldanha, criado em 1998, é um 'hotspot' de biodiversidade marinha? Desde a foz do Sado até ao Cabo Espichel, o parque alberga o surpreendente número de 1320 espécies de fauna e flora marinhas, muitas delas com uma grande importância ecológica e conservacionista.
O parque alberga ainda uma das últimas pradarias marinhas conhecidas em Portugal. estas pradarias desempenham uma função extremamente importante para a biodiversidade, uma vez que são locais de reprodução para espécies como o cavalo-marinho, o choco, o polvo, alguns crustáceos e bivalves.

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Viana do Castelo
Sabias que grande parte do território a norte do Tejo foi outrora coberto por carvalhais de folha caduca? Muitos destes desapareceram ao longo dos séculos, tendo sido reconvertidos em áreas agrícolas e pastoris ou substituídos por pinhais ou eucaliptais. Actualmente, a área de distribuição de Carvalho-alvarinho e Carvalho-negral é reduzida, existindo ainda algumas manchas de carvalhal bem preservadas, como por exemplo as do Parque Nacional Peneda Gerês e as da Paisagem Protegida do Corno do Bico. Os carvalhais de folha caduca são uma importante herança natural, estando entre os ecossistemas com maior riqueza florística e faunística em Portugal continental.

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Vila Real
Sabias que Vila Real é um dos distritos mais importantes para a conservação do lobo ibérico em Portugal? Considerada como uma espécie comum no início do século XX, o lobo ibérico sofreu desde aí um acentuado declínio, devido à perseguição directa, destruição de habitat e progressiva humanização do interior do país. A espécie está correctamente classificada como 'em perigo' e a sua actual distribuição é reduzida, estando os cerca de 300 indivíduos divididos por 2 núcleos separados pelo rio Douro. A maioria da população da espécie encontra-se a norte deste rio, onde 50 alcateias estão distribuídas pelos sistemas montanhosos dos distritos de Vila Real e Bragança.

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Viseu
Sabias que o mexilhão-de-rio do norte, dado como extinto em Portugal  em 1986, foi redescoberto recentemente no rio Paiva e em 5 outros rios do Centro e Norte de Portugal?
esta espécie, em tempos abundante em Portugal na bacia do Douro, sofreu uma regressão de 90% nas suas populações ao longo do último século devido à acção do Homem. A sua redescoberta em 2001 é de grande importância para a conservação desta espécie a nível europeu.

Para visitares o interior de uma barragem, seguir os trilhos do lobo ibérico, descer uma mina ou ficar a ver estrelas com os amigos e família, visita o programa da Ciência Viva em www.cienciaviva.pt. Boas férias!!!