Publicado há 31 anos pela primeira vez na sua língua de origem, "Descrição da Infelicidade" é um livro muito aguardado pelos leitores de Sebald.

Partindo de uma análise do ambiente psicológico que está na base da escrita austríaca protagonizada por grandes nomes - como Stifter, Schnitzler, Kafka, Hofmannsthal, Canetti, Bernhard e Handke -, o livro reflete ainda a ponte que a literatura estabelece entre a infelicidade e o consolo.

Autor de livros incontornáveis como Austerlitzt ou Os Anéis de Saturno, Sebald tem vindo a influenciar novas gerações de escritores, como Teju Cole ou Zia Haider Rahman.

A melancolia, a reflexão sobre a infelicidade consumada, nada tem a ver com o vulgar desejo de morte. É uma forma de resistência. E, sobretudo ao nível da arte, a sua função, está longe de ser meramente reativa ou reacionária. Quando ela, de olhar fixo, pensa uma vez mais no que nos arrastou até aqui, bem se vê que o impulso que leva ao desespero e o que leva ao conhecimento são agentes idênticos. A descrição da infelicidade traz em si a possibilidade de a superar.
W.G. Sebald em "A Descrição da Infelicidade".