Em 2050, a população mundial ultrapassará os 9 mil milhões de pessoas. Se dividimos a área terrestre cultivável pelo número de habitantes estimados, percebemos que, a cada habitante, ficam “reservados” 0,15 hectares. Perante estas previsões da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), a conclusão é clara: será necessário aproveitar todos os espaços como potenciais produtores de alimentos.

Por outro lado, os mesmos números mostram que mais de metade da população mundial viverá, em 2050, em cidades. Este crescimento das áreas urbanas resulta numa diminuição área terrestre cultivável e numa ameaça à segurança alimentar. Nesse sentido, conforme relembra a investigadora Rita Gonçalves, na sua tese de Mestrado em Engenharia Agronómica, “as Hortas Urbanas, enquanto espaços agrícolas no interior e na periferia das cidades, podem contribuir significativamente para o desenvolvimento sustentável das mesmas”.

 

agricultura turismo 3

 

O que é agricultura urbana?

A agricultura urbana é definida pela FAO como uma “indústria localizada no centro ou subúrbios de uma vila ou cidade e que produz, processa e distribui uma diversidade de produtos agrícolas”. Os recursos humanos e os serviços que utiliza, esclarece, “encontram-se dentro ou nas redondezas dessa mesma área urbana”.

Ao longo dos últimos anos, Portugal tem registado um número crescente deste tipo de projetos. Segundo o estudo de Rita Gonçalves, este aumento ocorreu, sobretudo a partir do ano de 2011. A principal razão que relacionou-se com fatores económicos, com a criação de “inúmeras hortas citadinas de cariz social, um pouco por todo o país”, realça a autora da tese Hortas Urbanas Estudo do Caso de Lisboa.

 

Como fazer uma horta em casa?


Sempre sonhaste colher a tua salada minutos antes de ires para a mesa? Ou procuras uma forma útil de entreteres? Ter uma mini horta em casa é o projeto ideal para ti. Sabe como.


 

 

O portal Urban Farming, por exemplo, permite consultar espaços citadinos de cultura, a uma escala planetária. Com a meta fixada nos “100 milhões de famílias”, a iniciativa afirma ter “começado em 2005, com 3 jardins e um panfleto”. Hoje, conta com mais de 64 mil espaços associados.

Face às necessidades alimentares e de sustentabilidade é previsível que, nos próximos anos, o número de espaços verdes e produtivos nas cidades aumentem. Como afirma o Movimento de Urban Farming, a missão deste movimento vai ao encontro das necessidades do futuro: “Produzir abundância de alimentos para pessoas necessitadas, apoiando e encorajando o aproveitamento de terra não utilizada”.