"Quis mostrar a todas as pessoas que se encontram em casa, em isolamento social, como está a cidade de Lisboa", explica Valter Gouveia. Durante dois dias, o fotógrafo deslocou-se pela cidade de Lisboa, registando o "momento único e histórico que estamos a viver, um pouco por todo o Mundo".

Nas ruas de Lisboa, "sempre em segurança e às distâncias exigíveis", conta, encontrou uma cidade "despida, deserta, completamente irreconhecivel. Quase sem vida". De acordo com o relato do fotógrafo, as zonas da cidade habitualmente mais visitadas por turistas encontram-se "completamente esvaziadas e sem qualquer movimento". Já nos bairros mais ocupados por lisboetas, encontra-se o pouco movimento permitido nesta altura: pequenos passeios com crianças ou animais de estimação e alguns momentos de lazer ao ar livre.

 


Para além da situação de fragilidade vivida pelos sem-abrigo da cidade de Lisboa, foi "o grande número de pessoas que passeava pelo passeio ribeirinho do Parque das Nações" que impressionou Valter Gouveia, bem como as alternativas que os cafés/pastelarias encontraram para manter a sua atividade. "Criaram bancadas nas portas, uma espécie de take-away para cafés e bolos, mas que acabam por favorecer a concentração de pessoas", descreve.