Fizemos o inquérito a 122 animadores Forum Estudante, com idades entre os 14 e os 19 anos. Enquanto uns demonstraram estar “viciados” na tecnologia e na comunicação que as diversas plataformas permitem, outros mostraram ser mais práticos, escolhendo objetos de “sobrevivência”, que lhes permitiria aguentar mais tempo na dita ilha.

Walter Rodrigues, coordenador da Licenciatura de Sociologia do ISCTE-IUL, falou com a Forum acerca dos resultados que obtivemos no inquérito e diz acreditar que “este estudo espelha bem o que é a juventude de hoje em dia, mesmo que a amostra não seja representativa”.

Uma geração de diversidade

“O que isto prova é que os jovens não são todos iguais. Não podemos falar genericamente dos jovens”, referiu Walter Rodrigues, que reconhece que os grupos dominantes não têm valores muito distantes.

O professor acredita que as respostas relacionadas com a tecnologia estão associadas a uma necessidade de comunicar, cada vez mais evidente: “Nós já não conseguimos viver sem comunicar, sem essas tecnologias da comunicação”.

Raquel Ribeiro, docente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas acrescenta que esta preferência pela tecnologia está também ligada a um fator de consumo: “Do ponto de vista sociológico, nota-se a importância de consumos que fomentam a convivialidade e a partilha, patente nos equipamentos tecnológicos que permitem estar em contacto com a rede de familiares e amigos”.

Apesar da importância atribuída à tecnologia, Walter Rodrigues refere que “Não podemos dizer que os jovens estão desligados da realidade”, prova disso é a percentagem de respostas ligadas a objetos mais práticos.

Os jovens de hoje são semelhantes aos de "ontem"

Embora o inquérito tenha sido feito a adolescentes e jovens, Walter Rodrigues acredita que os resultados seriam semelhantes se questionássemos outras faixas etárias, “Os jovens e menos jovens têm essa necessidade de comunicar, de sociabilidade”.

O sociólogo explica que o pensamento é semelhante por ser algo hipotético, no campo da ficção mas que, se as pessoas fossem colocadas nesta situação real, as respostas poderiam ser diferentes.

Contudo, o sociólogo diz que o “primeiro resultado não seria tanto as tecnologias, mas outras formas de comunicação”. Walter Rodrigues conclui que “Com todas as mudanças dos últimos anos, os jovens de hoje se calhar não são muito diferentes dos jovens de ontem, têm características próprias da faixa etária”.

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