“Esta era a IP3 da altura”, diz Rui Lopes, enquanto aponta para o leito do rio Mondego. O responsável da empresa de canoagem que acompanhou, durante a manhã de hoje, os participantes da I Love We, conta como, “antigamente, barcos à vara ou à vela, navegam pelo rio, carregando sal, peixe, lenha ou legumes”. Também as roupas dos estudantes de Coimbra eram transportadas até às lavadeiras do Mondego. “É essa estrada que vão agora percorrer”, concluiu o responsável, dirigindo-se aos participantes da semana.

Durante a atividade que iniciou o segundo dia, os participantes da academia I Love We realizaram um percurso de canoa, num “trajeto pouco sinuoso que inclui paisagem natural e urbana”, explicou Rui Lopes. A entrada na cidade foi realizada através do Parque Verde, na margem esquerda do Mondego. “Achei muito interessante ver a cidade de Coimbra de uma outra perspetiva e aproveitar a tranquilidade da natureza”, destaca um dos estudantes, João Cunha, de 18 anos.

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Esta não foi a primeira vez que João fez canoagem. Mas seria a primeira experiência neste desporto para a sua companheira de caiaque, Eva Silva. “Fiquei supreendida com a vista e com o esforço que é necessário – mas, como não caímos, correu tudo bem”, conta a participante. Para a estudante de 17 anos, natural de Leiria, a comunicação desempenhou um papel realmente importante: “Se não estivermos coordenados, não vamos chegar ao destino”.




De acordo com Rui Lopes, o facto do percurso ter sido realizado em caiaques de duas pessoas, obriga a colocar um enfâse especial naquele que é o tema central desta academia – a Comunicação: “Tem que existir trabalho de equipa e comunicação constante, tanto entre os participantes, como com os monitores que acompanham a descida”. De resto, acrescenta, uma parte significativa dos clientes da empresa Capitão Dureza tem como objetivo realizar ações de team building, o que “reforça a importância da comunicação nesta atividade”.

 

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Pensar Superior

O segundo dia de I Love We continuou com um momento para esclarecimento de algumas dúvidas relativas ao acesso ao Ensino Superior. As principais questões colocadas pelos estudantes relacionaram-se com as médias de acesso e as provas de ingresso exigidas, no âmbito da oferta formativa da Escola Superior de Educação de Coimbra.

Outras das principais dúvidas colocadas pelos participantes relacionaram-se com o Sistema ECTS (European Credit Transfer System) que está na base da estrutura curricular de todas as ofertas do 1.º, 2.º e 3.º ciclos do Ensino Superior. “Cada conjunto de créditos corresponde ao trabalho e ao número de horas letivas de cada cadeira”, explicou o Diretor do Curso de Comunicação e Design Multimédia, Ricardo Rodrigues. Uma licenciatura, por exemplo, implica a conclusão de um total de 180 ECTS. Este sistema, acrescentou o diretor, “é especialmente útil no âmbito da mobilidade internacional, ao facilitar [a transferência]”.

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Comunicação (na) prática

Pouco depois de os estudantes entrarem na sala de aula número 8, a professora da ESEC da licenciatura de Comunicação Organizacional, Joana Fernandes, deixou uma garantia: “Sentaram-se mas não vai ser por muito tempo”. Isto porque o desafio lançado aos estudantes, durante a tarde de hoje, passou por percorrer a ESEC, encontrando as várias atividades associadas ao curso de Comunicação Organizacional que vão da assessoria de imprensa à gestão de redes sociais, passando pelo marketing.

Desta forma, este peddy paper incluiu tarefas como contactar com notas de imprensa, realizar um exemplo de “clipping” nas redes sociais ou identificar tipos de publicidade da ESEC. “O peddy-paper foi uma experiência fixe, não conhecia a área de Comunicação Organizacional e fiquei a saber um pouco mais", conta Gui Sousa, de 18 anos. Para o estudante, natural de Setúbal, foi especialmente interessante saber que "um estudante da ESEC conseguiu um estágio na Adidas, na Alemanha, e ficou, no final, a trabalhar na empresa". 

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Numa das outras salas da ESEC, os estudantes participaram ainda numa atividade criativa, promovida por dois alunos da licenciatura de Comunicação e Design Multimédia. A atividade consistiu em, conforme explicou o estudante da ESEC, João Pidrança, a partir de um dicionário tridimensional produzido pelos estudantes, no ano letivo passado, criar letras tridimensionais, de forma a escrever a frase “I Love We”.

De acordo com o estudante, o objetivo é que os estudantes possam “aprender a pensar de uma maneira diferente, estimulando a parte criativa”. “Neste exercício, não irão pensar apenas na função da letra, mas em outras possibilidades que ela pode representar”, reforçou João Pidrança.


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Por dentro dos ensaios

Antes de mais, o aquecimento. Esta foi uma das principais ideias sublinhadas pelo professor da licenciatura de Música da ESEC, Ricardo Figueiredo, ainda antes do início dos ensaios. "É bom que tenham noção da importância do aquecimento", destacou. Os exercícios não dizem respeito apenas à voz, incluindo movimentos de todo o corpo: "Quando cantamos, o instrumento é o nosso corpo, por isso, é importante potenciá-lo". Habitualmente, revelou, durante as aulas, o aquecimento demora cerca de 10 minutos. 

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Enquanto Ricardo Figueiredo conduziu os trabalhos musicais, afinando a ligação dos participantes à banda composta por professores e diplomados da ESEC, Teo Chau e Juliana Almeida dinamizam os ensaios de teatro. O encontro entre estas duas componentes será apresentado ao Público na sexta-feira, durante o espetáculo que encerra a quarta edição da Academia I Love We. 

Os trabalhos desta academia continuarão amanhã. O terceiro dia começará com uma viagem até Vale de Canas, numa atividade realizada em parceria com a associação Limites Invisíveis, durante a manhã.