Os trabalhos da 10.ª edição do G-icom continuaram durante a tarde de hoje, mantendo o foco no impacto das novas tecnologias digitais na área da Educação.  No primeiro painel da tarde, estiveram em destaque os modelos pedagógicos, procurando debater a forma de, a partir destes recursos digitais, “desenhar uma articulação criadora de valor para o Ensino Superior”. 

Em específico, foi debatido o impacto da tecnologia nos modelos pedagógicos atuais. “Temos assistido a uma evolução da presença da tecnologia na Escola, enquanto suporte às práticas pedagógicas no melhor interesse dos alunos”, destacou o professor do Agrupamento de Escolas da Batalha, Marco Neves. Nesse sentido, para o docente, o professor tem, desde logo, o papel de “fazer com que os estudantes tenham sentido crítico na utilização da tecnologia”. 

 

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Para outro dos participantes neste painel, o docente da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, Paulo Novais, é importante “criar uma estratégia que defina que tipo de professores que queremos”, para a partir daí, “fazer o correspondente investimento, para aproveitar esta oportunidade [tecnológica]”. “Temos ótimos professores e ótimos técnicos, o que nos está a faltar é direção”, reforçou. 

“A tecnologia por si só não resolve”, destacou o docente da Universidade Católica Portuguesa, José Lagarto, uma vez que esta “necessita de ser integrada numa estrutura pedagógica”. Embora a tecnologia seja importante “no sentido de gerar melhores condições de aprendizagem”, existe a necessidade de “dar maior peso à pedagogia”, garantindo também “melhores condições de trabalho aos docentes de Ensino Superior”.

 

 “Uma educação 4.0 obriga os estudantes a pensar, a serem criativos e a pensar fora da caixa”

 

No mesmo sentido, sublinhou a investigadora do Centro ALGORITMI da Universidade do Minho, Dalila Durães, as tecnologias de inteligência artificial podem ajudar os estudante a trabalhar dimensões “menos trabalhadas no Ensino” como a “flexibilidade e o espírito crítico”. “Esta será uma educação 4.0 que obrigue os estudantes a pensar, a serem criativos e a pensar fora da caixa”, concluiu. 


Os exemplos da Indústria

A tarde de trabalho prosseguiu com exemplos da indústria aplicados à área da Educação. Vânia Neto, da Microsoft, apresentou projetos que utilizam metaverso ou Minecraft para criar soluções pedagógicas. “A experiência para os alunos foi muito positiva, com a criação de novos ambientes que permitam aos estudantes serem mais felizes a fazer os seus trabalhos”, garantiu. 

Depois, o diretor criativo da byAR- Augment your Reality, Pedro Pereira, apresentou alguns exemplos do trabalho desenvolvido por esta empresa que projeta e desenvolve experiências digitais baseadas em tecnologias de realidade aumentada. “[Esta tecnologia] não só faz com que não percamos nada do que está à nossa volta, como nos oferece mais informação”, explicou. 

 

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Os "robots de serviço" foram a solução tecnológica partilhada de seguida, com a apresentação de Mário Oliveira e Ricardo Ribeiro, da empresa Beltrão Coelho. “Os robots não vêm substituir o ser humano, vêm complementar o trabalho dos humanos e oferecer uma experiência diferente ao utilizador”, explicou Mário Oliveira, destacando a utilidade destes recursos no mundo da Educação, antes de serem apresentados alguns dos produtos que atuam "do primeiro ciclo ao Ensino Superior". 

O primeiro dia de trabalhos termina com a apresentação da fundadora e diretora criativa da GMA Creative Firm, Graça Martins, que trará ao palco do G-icom uma reflexão sobre as formas de comunicação de uma Instituição de Ensino Superior. "Onde deve uma IES estar presente, de forma a comunicar com o público que mais lhe interessa?" e "de que forma pode ser realizada essa comunicação?" serão algumas das perguntas de partida deste painel, que abordará novas estratégias de comunicação para marcar presença no espaço digital, detalhando ferramentas e modelos de interação.