Escrevo este texto no meu 15.º dia de isolamento, em que as únicas saídas foram para despejar o lixo no caixote à porta do prédio. Quero partilhar contigo algumas dicas que me têm permitido ficar à tona de um eventual mergulho num estado de “bater com a cabeça nas paredes” muito profundo.

Primeiro, cria uma rotina: organiza um horário semanal e obriga-te a cumpri-lo. Cria um determinado período para estudar (e específica que cadeiras/matérias vais tratar), um período para descansar (garante que dormes as horas suficientes e não a mais nem a menos) e um período para os teus hobbies.

A este horário podes adicionar um rol de livros que gostasses de ler, ou de filmes e séries que estão por ver, e começar a riscá-los da lista. Não te esqueças de criar metas diárias – com objetivos somos mais produtivos. E se estivermos ocupados, o tempo parece que passa mais depressa.

 

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Segundo, investe em ti: acrescenta no teu horário alguma coisa a que sempre quiseste dar início, mas nunca tiveste oportunidade para tal. Precisas de ideias? Experimenta aprender uma língua ou aperfeiçoar os teus dotes culinários. Talvez investir nas artes, ou até aprender mais sobre maquilhagem ou informática.

Por outro lado, não deixes o teu corpo de quarentena: procura fazer algum tipo de exercício físico em casa, mesmo que sejam apenas uns minutos de alongamentos. Especialmente para os estudantes que passam muitas horas sentados à secretária, é muito importante que nos vamos mexendo ao longo do dia.



«[...] não deixes o teu corpo de quarentena: procura fazer algum tipo de exercício físico em casa, mesmo que sejam apenas uns minutos de alongamentos»


 

Além disto, se o isolamento nos afasta fisicamente, há que contrariar a distância emocional. Mantém contacto com o teu grupo de amigos e família: a tua sanidade mental vai agradecer aquela vídeo chamada de 15 minutos (ou 3h!). Importante também é que apanhes sol! Toma o pequeno almoço à janela, ou na varanda, e garante os teus 30 minutinhos diários de vitamina D. Só te trará benefícios.

Estas são algumas das técnicas que tenho utilizado para não me deixar ir abaixo neste período sensível por que estamos a passar. Deixo-te uma última dica se, como eu, te sentes mais ansioso e stressado com tudo isto: não consumas tudo o que é partilhado nas redes sociais. Opta por um canal de notícias fidedigno e atualiza-te uma vez por dia, como por exemplo, vendo o telejornal enquanto jantas.

Por fim, não te esqueças que não estás sozinho e que esta é uma luta de todos, que vamos ultrapassar, se nos mantivermos com pensamento positivo e unidos, ainda que à distância.

Laura Santos tem 22 anos e é estudante do 3.º ano de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.