O autocarro que transportava os estudantes da Escola Básica e Secundária Padre Alberto Neto foi um dos primeiros a chegar à margem norte do Tejo. No seu interior, um grupo de cerca de 50 alunos que participaria no Encontro Nacional das Escolas Solidárias. Ao longo do dia, mais de 900 estudantes passaram pelo MAAT – Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia.

Foi logo depois de sair do autocarro que a estudante Filipa Costa, de 17 anos, começou por explicar que, no âmbito desta iniciativa da Fundação EDP, participou em três projetos diferentes: na Assembleia Municipal Jovem, num programa de intercâmbio Erasmus+ e na Escola Embaixadora do Parlamento Europeu. “Penso que demonstra a existência de uma grande diversidade de projetos”, sublinhou.

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Grande parte das iniciativas desta escola estão ligadas à dimensão europeia, explica a professora que acompanha os estudantes, Margarida Mota, uma vez que se “enquadram no trabalho que tem vindo a ser feito e na filosofia da escola – educar para a cidadania”. “Vivemos na Europa e revemo-nos no projeto europeu”, acrescenta a estudante Adriana Teixeira, antes de Filipa Costa completar: “Viva a Europa”.

Na iniciativa Escolas Solidárias, realça Margarida Mota, a escola encontrou “uma forma de divulgação e partilha de projeto”. Uma mais-valia para a qual o encontro físico de hoje se revela essencial, acredita: “Não podemos estar fechados no nosso agrupamento ou na nossa região. Este contacto pode oferecer uma visão mais global”.

Museu em exclusivo

Terça-feira é o dia de encerramento semanal do MAAT. Hoje, contudo, o museu esteve de portas abertas para os estudantes que participaram no Escolas Solidárias. À chegada, cada grupo de alunos escolhia dois dos percursos que integram a oferta do museu. O momento está em linha com os objetivos do programa Escolas Solidárias: a partilha de projetos que estimulem o desenvolvimento pessoal e social.

“Aproveitamos este momento de celebração do projeto para oferecer arte e cultura aos estudantes,  aproximando-os da vida do museu”, explicou à FORUM a Diretora de Inovação Social da Fundação EDP, Margarida Pinto Correia. O evento de hoje serve também para distinguir 40 escolas, entre as mais de 500 participantes, nas categorias “Revelação”, “Distinção” e “Super Escolas”

Margarida Pinto CorreiaA Diretora de Inovação Social da Fundação EDP, Margarida Pinto Correia.

Ao longo das oito edições do programa, estes prémios foram entregues no encontro nacional, no formato de gala. Contudo, a edição de 2019 implicou algumas novidades. A entrega de diplomas e galardões foi realizada sem cerimónia, numa tarde que contou ainda com um concerto de Jimmy P – um dos membros do conselho de patronos do projeto liderado por Eunice Muñoz. “Tentámos evitar um momento mais formal ou tradicional”, realça Margarida Pinto Correia, antes de acrescentar: “desta forma, os estudantes divertem-se mais, partilham mais e conhecem o museu num contexto enriquecedor”. 

Beatriz, de 14 anos, foi uma das estudantes que visitou o MAAT, durante a manhã de hoje. À FORUM, diz ter ficado sobretudo impressionada com uma exposição de Jesper Just que a fez “pensar sobre a inclusão”“Pude perceber vários tipos de incapacidade e diferentes histórias de superação”, conta a estudante do Externato Cooperativo da Benedita, em Alcobaça. A questão central, realça, está na empatia: “recomendo vivamente a visita [ao MAAT], porque apenas conseguimos compreender realidades diferentes se nos colocarmos no lugar do outro”.

 

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No âmbito do projeto Escolas Solidárias, Beatriz participou em trabalhos ligados à sustentabilidade ambiental e à solidariedade social, onde aprendeu “a importância de ajudar o outro”. Nesse sentido, destaca, “o dia de hoje foi uma continuação [do trabalho realizado]”.



"[No Escolas Solidárias,] aprendi a importância de ajudar o outro.
O dia de hoje foi uma continuação". 
Beatriz, 14 anos, participante do programa

 

4 milhões de horas

No total, a edição de 2019 contou com a participação de 514 escolas, num total de 52 mil estudantes envolvidos. Cerca de 1400 equipas desenvolveram 2356 projetos, no âmbito dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Em conjunto, professores e alunos dedicaram cerca de 4 milhões de horas a este programa, revela a organização.

De acordo com a Diretora de Inovação Social da Fundação EDP, em 2019, houve “muitas escolas novas que se associaram” ao projeto que, neste momento, se encontra na sua fase de maior “maturidade e reconhecimento”. A partir daqui, o desafio será continuar a acrescentar novas escolas, mantendo as antigas. “Uma característica diferenciadora é o facto de ser um projeto agregador, que oferece oportunidade de divulgação”, reforçou.

A iniciativa de ligar a escola ao projeto Escolas Solidárias poderá partir dos professores e diretores das escolas, mas não só. Também os estudantes podem, caso pretendam ver o trabalho realizado na escola divulgado, ser decisivos neste processo. Para tal, deverão falar com um professor ou diretor de turma que, a partir daí, poderá contactar a fundação e aceder à plataforma. “Esta é também uma forma de mostrar que o que fazemos tem sempre um impacto”, conclui Margarida Pinto Correia: “apenas temos de nos colocar em ação”.

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