“Se há telefonema que todos tememos”, recorda o Diretor-Geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Ghebreyesus, é aquele em que “nos dizem que alguém que amamos morreu ou ficou gravemente ferido num acidente de trânsito”. Contudo, ressalva o diretor, “os acidentes de trânsito não são acidentes. São completamente preveníveis”.

De acordo com os números da Organização Mundial de Saúde, por ano, quase um milhão e meio de pessoas perde a vida nas estradas, ou seja, um total de cerca de 3700 pessoas por dia. Contudo, os números tornam-se ainda mais sérios quando falamos de jovens até aos 29 anos: dentro dessa faixa etária, esta é mesmo a principal causa de morte.

 


 Cerca de 3700 pessoas perdem a vida em acidentes rodoviários, por dia, em todo o Mundo. Jovens têm um risco de morte nas estradas 30% superior ao resto da população, sendo a principal causa de morte nos jovens até aos 29 anos.


 

De acordo com a OMS, este número continua “inaceitavelmente alto”, colocando em evidência a necessidade de ação. Para além das mortes, recorda o relatório O Fardo das Mortes na Estrada (2018), há ainda que contar com as dezenas de milhões de lesões e deficiências que daí resultam. O documento salienta ainda outro dado relevante: mais de metade das mortes na estrada são de “utilizadores vulneráveis”, ou seja, peões, ciclistas e motociclistas.

 

E em Portugal?

Em Portugal, os números mais recentes mostram que, muito embora o número de vítimas mortais tenha decrescido desde 2008, há um aumento recente. Entre 2016 e 2018, por exemplo, o número de mortos nas estradas aumentou 17%. E os dados da Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária confirmam os jovens como um grupo problemático.

 

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De acordo com o Relatório de Sinistralidade de 2017, o grupo etário entre os 20 e os 24 anos é um dos que maior número de feridos graves envolvendo automóveis ligeiros (sendo apenas superado pelo grupo dos maiores de 65 anos). Um dado que ganha especial relevância se tivermos em conta que esta está longe de ser uma das faixas etárias que regista o maior número de condutores.

De igual forma, estudos recentes apontam para um risco de morte 30% superior para os jovens entre os 18 e os 24 anos. No seu site, a Prevenção Rodoviária Portuguesa destaca que estudos revelam que os fatores de risco resultam principalmente da “falta de maturidade, experiência, comprometimento e estilos de vida associados à sua idade”. O resultado é que, muitas vezes, “tendem a sobrestimar as suas capacidades e a subestimar os riscos”.

Conhece as principais causas de morte nas estradas para os jovens entre os 18 e os 24 anos aqui.