#1 Uso do telemóvel

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De acordo com os dados de 2018 fornecidos pela GNR e pela PSP, a utilização de telemóvel ao volante continua a aumentar em Portugal. Por dia, foram passadas, em média, 115 multas por dia, num total de 29 mil. De acordo com os dados da Brisa, Portugal é mesmo um dos piores países da Europa neste tópico: 31% dos portugueses admitem enviar e ler SMS enquanto conduzem e 59% dizem já ter falado ao telemóvel enquanto conduziam. Apesar desta prática generalizada, talvez poucos saibam que, de acordo com a mesma fonte, enviar mensagens a conduzir aumenta em 800% o risco de acidente. Em comparação, destaca a ANSR, um jovem que utilize o telemóvel ao volante adquire um tempo de reação equivalente a uma pessoa que tenha 0,8 g/L no sangue. No total, mostra um estudo recente, conduzir o telemóvel ao volante significa multiplicar por 23 o risco de acidente, uma vez que, em média, o condutor tira os olhos da estrada de 5 em 5 segundos.

 

#2 Consumo de álcool ou drogas

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O álcool e as drogas possuem um efeito muito relevante para o acto da condução: alteram os reflexos, a coordenação dos movimentos e a capacidade de perceção. Isso faz com que interfiram muito significativamente na capacidade de condução. É a própria ANSR que deixa o aviso: “Regra geral, quando se admite que se está a chegar ao ponto crítico, há muito que este já foi ultrapassado”. De acordo com os dados partilhados pelo portal Circula Seguro, os números são preocupantes e ilustrativos: de todas as vítimas mortais em acidentes de viação, quase metade conjugava com drogas com uma taxa de álcool no sangue superior a 1 g/L de sangue. Por outro lado, 8,3% dos condutores acusaram a presença de substâncias estupefacientes. Nas contas do álcool, há ainda uma informação muito importante. A decomposição é feita ao ritmo de 0,1 g/L por hora, o que realça a importância de seguir a velha máxima “Se conduzir, não beba”.

 

#3 Cansaço ou Fadiga


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Este é o fator mais desvalorizado de todas as principais causas de acidentes e mortes na estrada. É habitual encontrar a opinião (errada) “tudo se resolve com um uns cafés e umas bebidas energéticas”. Também há quem ofereça soluções mais inusitadas, como abrir janelas ou colocar o rádio no máximo. Nunca será demais realçar que nenhuma destas soluções funciona. Para termo de comparação, 19 horas sem dormir equivale a conduzir com uma taxa de álcool no sangue de 0,5 g/L. E as coisas só pioram, a partir daqui. Depois de 24 horas, esse número duplica para 1 g/L. Tudo isto implica níveis de concentração mais baixos, bem como reflexos e tempos de resposta mais lentos. Sem esquecer aquela que continua a ser uma das principais causas de mortes na estrada: adormecer ao volante.

 

#4 Não utilização do cinto de segurança


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É pura física que explica a importância do cinto de segurança. Num carro que siga a 50 Km/h, um choque do veículo implica que um passageiro ou condutor sem cinto adquiram uma força equivalente a cerca de 49 vezes o seu peso. Ou seja, alguém com 70 Kg levará uma força equivalente a 3,5 toneladas. Esta força terá consequências na altura de embater com o interior do veículo, mas não só: também dos órgãos internos contra a estrutura óssea do corpo. O saldo final é significativo: usar o cinto implica reduzir em 40% o risco de morte, no caso dos passageiros dos bancos da frente. Ainda que o seu uso possa parecer uma opção natural por parte de condutores e passageiros, em Portugal, a realidade mostra-nos algo diferente. Um estudo de 2017 da Prevenção Rodoviária Portuguesa mostrou que 70% dos passageiros não utiliza cinto, no banco de trás, colocando-se em risco.

 

#5 Excesso de velocidade


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Ao diminuir consideravelmente o tempo de processamento da informação e de tomada de decisões, a velocidade continua a ser a principal causa de sinistralidade rodoviária. Como se não fosse suficiente, a velocidade torna o veículo mais difícil de controlar, aumentando a distância de travagem, por exemplo, reduzindo ainda o campo de visão de um condutor. Tudo dados que explicam por que razão a velocidade é “a principal causa de morte em acidentes rodoviários” em Portugal, revelou à Rádio Renascença o especialista em Dinâmica de Acidentes Rodoviários, João Dias. O impacto da velocidade não se relaciona apenas com a causa do acidente, sendo um fator exponencial quanto à sua gravidade. Um risco que fica claro num exemplo: no caso de um condutor que visualize uma criança a 15 metros de distância, um carro a 30 Km/h evitaria o acidente. A 60 Km/h, a mesma criança terá 20% de hipóteses de sobreviver.