Lisboa foi hoje o palco de um contacto entre dezenas de representantes vindos de dois mundos diferentes. De um lado, as instituições de ensino superior. Do outro, os empregadores. Em comum, um objetivo: o diálogo que leve à resposta das necessidades de ambos.

Os participantes colocaram em evidência a importância de manter esta proximidade. Para Filipa Silva, Diretora de Recursos Humanos da Mercer, este é um debate que “tem toda a importância”. “Faz todo o sentido que as empresas que estão no mercado a recrutar profissionais possam perceber o lado das instituições de ensino superior – que são a principal fonte desses futuros profissionais”.

Nesse sentido, a responsável da Cisco Systems, Lídia Cardoso, sublinhou a importância de a oferta académica “se ajustar às necessidades do mercado de trabalho”. “A consolidação deste diálogo será basilar no desenvolvimento e formatação dos recursos humanos do futuro”, reforçou.

Uma das limitações a este ajustamento, considerou a diretora, está na dependência das instituições de ensino de “decisões formais mais elevadas”. Contudo, encontros como o de hoje podem ser uma forma de contornar este problema, uma vez que, “informalmente, com a promoção deste tipo de foruns, abre-se caminho para essa mudança de paradigma”.

Por outro lado, relembrou Filipa Silva, a responsabilidade é mútua. Para que o alinhamento seja possível, recorda, “as empresas também têm de fazer o trabalho de casa e encontrar os aspetos em que podem melhorar”.

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Do ponto de vista das instituições de ensino superior, considerou o Pró-Reitor da Universidade do Porto, Manuel Fontes de Carvalho, este encontro – tal como a participação no Consórcio Maior Empregabilidade – é também uma forma das instituições de ensino superior aprenderem mutuamente. “Quando chegámos ao Consórcio [Maior Empregabilidade] não tinhamos uma noção aproximada daquilo que as outras instituições de ensino estão a fazer nas suas áreas de influência. Este conhecimento pode ajudar-nos muito, da mesma maneira que a nossa experiência pode ajudar os outros”, considerou.

A experiência recente da Universidade do Porto – procurando perceber junto das Pequenas e Médias Empresas (PME’s) as necessidades regionais do mercado de trabalho – é vista por Manuel Fontes de Carvalho como um passo no caminho certo. “Dá-nos a possiblidade de perceber as diversas realidades em diferentes pontos do país e adequar a oferta à necessidade regional”.

Esta diversificação do mercado de trabalho coloca também em evidência a necessidade de trabalhar em rede. Nesse sentido, destaca o Pró-Reitor, o Consórcio Maior Empregabilidade “é, neste momento, uma instituição extraordinariamente útil na partilha destas realidades”. “O consório é seguramente o grande pivot neste processo”, concluiu.

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