Depois de quatro participações, com destaque para o primeiro lugar alcançado em 2008 e para o terceiro lugar em 2010, os estudantes da academia de Aveiro querem voltar a vencer a prova na classe II destinada a carros na fase de projeto. A competição automóvel, que vai colocar à prova dezenas de carros desenvolvidos por estudantes universitários europeus, decorre de 9 a 12 de julho.

Depois do Xante e do Lynx, os carros da UA que nas provas anteriores já alcançaram o pódio no Formula Student, o Aquila – assim se chama o carro da UA - quer repetir a proeza e reconquistar o primeiro lugar entre as equipas europeias cujos carros estão ainda em fase de projeto. Organizada pelo Institution of Mechanical Engineers desde 1998, o Formula Student, hoje uma referência internacional de relevo no setor automóvel, tem por desafio o desenvolvimento de um projeto de concepção, desenho e fabrico de um veículo do tipo Fórmula 1, visando a preparação dos futuros engenheiros com elevadas competências para o mundo profissional.

"Inspirado nos velozes carros da Fórmula 1, o Aquila adquiriu grande parte das características destas incríveis máquinas, pesando apenas 220 quilos e com uma potência de 86 cavalos gerados pelo seu motor Suzuki, e é capaz de acelerar dos 0 aos 100 quilómetros por hora em apenas 4,5 segundos", descreve Pedro Pestana, estudante de Engenharia Mecânica. "Graças também às suas suspensões FOX, o nosso carro consegue concretizar as mais variadas curvas a grande velocidade", aponta líder da equipa de Aveiro que contou com a mestria de 20 estudantes de engenharia mecânica, de design e de engenharia e gestão industrial.

Alguns dos estudantes da UA envolvidos na concepção do Aquila

À semelhança da águia, o animal que dá origem ao nome Aquila, evidenciando-se, por isso, o bico e as asas ao longo do veículo, o Fórmula 1 da UA tem cerca de 2,5 metros, possui um chassi tubular, com um inovador sub-chassis adaptável a diferentes grupos motrizes, prevendo a utilização de vários motores oriundos de motociclos desportivos. O carro, entre outras mil e uma características, tem ainda tração traseira, suspensão com o sistema push-rod e travões de disco às quatro rodas.

"O monolugar foi projetado e otimizado para ser o mais eficiente possível, com o máximo desempenho, mas também de forma a ser, tanto quanto possível, construído na academia de Aveiro pelos seus estudantes", aponta João Oliveira, docente do Departamento de Engenharia Mecânica (DEM) da UA e faculty advisor do projeto.

Por isso, são notórias as vantagens para a formação os estudantes que colaboram no projeto. "Promovem-se competências transversais de trabalho em equipa, mais ainda se considerarmos que todo o trabalho é realizado e gerido por estudantes", lembra João Oliveira.

Em níveis mais específicos, salienta o investigador do DEM, verificam-se complementos de formação em variadíssimas áreas. "Desde o projeto mecânico a tecnologias de controlo, passando pelas máquinas térmicas ou pela simulação numérica, são diversas as áreas tecnológicas aqui envolvidas. Junte-se a isto o design industrial e de comunicação, o marketing, a gestão, e a necessidade de divulgação e de angariação de apoios, que colocam os alunos em contacto com o nosso tecido empresarial", lembra o docente que tem como função orientar a Engenius, a equipa da UA que deu vida e potência ao Aquila e que "efetivamente é formada e gerida pelos estudantes".

João Oliveira lembra ainda o facto de "um dos principais focos de avaliação na competição ser a validade comercial do monolugar apresentado, levando os alunos a desenvolver modelos de empresa e planos de negócios para a produção e venda do Formula Student apresentado".

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