A descoberta da piezoelectricidade do grafeno, ou seja, a sua capacidade de gerar energia elétrica através da simples compressão do material, abre as portas a que, por exemplo, telefones móveis de nova geração e circuitos micro-ondas possam operar a uma velocidade e qualidade sem precedentes. A descoberta foi publicada a 25 de junho na Nature Communications, uma das mais importantes revistas científicas do mundo.

"Prevê-se que esta descoberta irá levar a uma nova era na utilização do grafeno em dispositivos microeletromecânicos", antevê Andrei Kholkin. O cientista do Departamento de Física e do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro da UA, e líder da equipa de investigação, explica que, "uma vez que o grafeno é muito fino e flexível, antecipam-se inúmeras vantagens face a materiais piezoeléctricos tradicionais". O investigador aponta, como exemplo, que a partir desta descoberta "a frequência da ressonância piezoeléctrica pode ser levada para a gama dos gigahertzs com um factor de qualidade sem precedentes". Andrei Kholkin não tem dúvidas: "Isto pode ser de grande utilidade para telefones móveis de nova geração ou circuitos micro-ondas".

O grafeno, cujo estudo valeu em 2010 o Prémio Nobel da Física a Andre Geim e Konstantin Novoselov, cientistas da Universidade de Manchester, Inglaterra, é um material feito inteiramente de átomos de carbono que estão arranjados numa rede hexagonal e dispostos num plano.

"Este material tem propriedades excepcionais", esclarece Andrei Kholkin salientando "a capacidade de conduzir a electricidade e o calor mas oferecendo uma resistência mecânica 100 vezes superior ao aço em relação ao qual é mais leve".

{module Always On}

{module Pub}